“A primeira actuação foi muito marcante para mim. Não pela sala cheia e pelos olhares assustadores da plateia, mas porque o Nuno e o Eddy estavam lá para me ver. ”
Esta foi esta a primeira vez do Phedilson Ananás em palco, depois de ter conseguido entrar no cartaz de um show de MC K, na província do Huambo, em Angola. Naquela altura, o rapper apenas queria agradar os amigos e gravar as suas demos para passarem nos mp3 de todos. No palco, o medo de não superar as expectativas congelou-o.
Fomos até à provincia do Huambo conversar e perceber quem é o Phedilson Ananás, que recentemente foi nomeado para a categoria de Rapper Revelação no evento Angola Hip Hop Awards.
OUTRO-NÍVEL – Qual é a influência que a tua família teve para te iniciares na música?
PHEDILSON – A minha família não teve uma influência tão directa para mim enquanto músico, mas admito que o facto de fazer parte de uma família de artistas fez alguma diferença.
Porque desde a infância, ouvia sempre das pessoas: “Então puto, já começaste a cantar?” (Risos).
Porque desde a infância, ouvia sempre das pessoas: “Então puto, já começaste a cantar?” (Risos).
ON– Qual foi e como defines a tua evolução dentro da cultura hip hop nos últimos cinco anos ?
PA : Nos últimos cinco anos, que são os anos em que estive mais ligado ao Hip Hop, pela iniciação como rapper pude notar em mim um certo crescimento em muitos aspectos, mas principalmente a maior atenção aos demais elementos da cultura além do “MC”, já que o rap é só uma parte dela. A meta agora é crescer mais no que toca ao 5.° elemento, o conhecimento.
ON Qual é a diferença entre o Phedilson que tocou no primeiro instrumental de Sam The Kid e o Phedilson que dropou no beat de “Caravana” ?
PA – Hoje me vejo mais crescido como rapper. Melhor performance (escrita, interpretação, etc). Já não tenho “medo da rima”, antes eu era muito ortodoxo e pouco ousado.
As técnicas estão mais “afiadas”, mas o sentimento é o mesmo de há cinco anos atrás.
Hoje sei que mais pessoas esperam as cenas, o que não interfere tanto no processo de escrita, mas tenho de ter isso em conta. Antes eu só queria que os meus amigos gostassem da minha música, nem sequer pensava em pôr na net.
As técnicas estão mais “afiadas”, mas o sentimento é o mesmo de há cinco anos atrás.
Hoje sei que mais pessoas esperam as cenas, o que não interfere tanto no processo de escrita, mas tenho de ter isso em conta. Antes eu só queria que os meus amigos gostassem da minha música, nem sequer pensava em pôr na net.
Como foi congelar no teu primeiro show no Huambo, e já agora, como é ser um rapper da província no meio do pessoal da capital?
PA – Congelar na primeira actuação foi muito marcante para mim, não pela sala cheia e pelos olhares assustadores na plateia, mas porque o Nuno e o Eddy estavam lá para me ver. Foi duro sentir que os desiludi porque eles foram duas das pessoas que mais acreditaram em mim, desde o início. A partir dali decidi me dedicar um pouco mais para os impressionar, acho que se não fosse isso estaria ainda com o ânimo leve do início.
Quanto ao ser rapper do interior na capital não vejo nada de mais. Na verdade quando uso o termo “Rap das províncias” estou a ser o mais irónico possível porque acho uma grande tolice esses estereótipos regionalistas.
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